domingo, 23 de agosto de 2009

Um anjo chamado Isabela

Isabela parece ainda sorrir. O brilho inocente dos olhos reflete vívido a cada piscar de pálpebras quando alguém tenta compreender o inacreditável. Dói o coração a cada soar do nome Isabela. Não é assim que tinha que ser.
A figura de Isabela Nardoni, uma menina doce, de sorriso fácil, gestos carinhosos, criança por si só, inspira alegria, afeto, compaixão. Mas a crueldade a que ela foi submetida ofusca agressivamente a doçura explícita até no nome: Isabela.
Quem, mesmo que por um instante e timidamente, nunca se perguntou como Deus permitiu que essa pequena e inocente criança fosse arrancada assim da família, dos amigos, da sociedade, do seu direito à vida. Por quê teve que ser assim? Teria ela cumprido sua missão na Terra? Mas, se assim fosse, poderia ter sido levada de uma forma menos dolorosa. Por quê tanto sofrimento? Quem teria tamanha raiva por uma criança? Motivo? Será que alguém se atreve a mencionar um motivo para essa barbárie? Não há justificativa, não há respostas aceitáveis aos porquês.
A dor pela morte da menina Nardoni atinge a todos os cidadãos, independente de idade, raça e até índole. É um crime inaceitável até mesmo entre aqueles que perderam a liberdade por cometer crimes. Discutir quem cometeu tal atrocidade e ainda ter que imaginar que aquele que deve proteção tenha sido o autor de tanta maldade são situações que provocam revolta. Uma revolta tamanha que causa a impressão de tornar a dor menor.
Indícios, provas concretas; averiguados, suspeitos, acusados. As investigações prosseguem. As dúvidas parecem diminuir. Os resultados somados à falta de explicações e às contradições do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta Ana Carolina Jatobá, nos conduzem a não duvidar da versão da polícia. Por mais que a ordem natural da vida – pais protegem, filhos são protegidos; pais são enterrados pelos filhos, filhos enterram os pais – nos force a não aceitar, as evidências que apontam para o envolvimento do casal no caso parece ser o único caminho das nossas mentes. Eles, hoje, estão presos, aguardam o julgamento, devem cumprir parte da pena e depois voltam para a rua onde terão uma vida para rir e viver. Já o sorriso da mãe de Isabela, Ana Carolina Oliveira, nunca mais terá a mesma verdade de antes da morte de sua pequena e única bebê. E Isabela?





Um comentário:

  1. Fabíola, bom dia!
    Excelente artigo.Compartilho do mesmo sentimento, tanto que o título que escolhi para expressar a minha opinião é quase o mesmo.
    Se quiser dar um olhada segue o link: http://gravatasolta.com.br

    Fique com Deus.
    Abs,
    Alexandre Silva

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