quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"Ar blasée..."


Só a sensibilidade de um bom fotógrafo pra definir assim minha expressão nessas fotos.

Estava eu andando de um lado para o outro, impaciente em mais uma pauta trágica (acidente com ônibus que deixou dois mortos e um ferido em São Paulo), cerca de duas horas e meia além do meu horário, cansada... de repente, um rapaz simpático se aproxima, com uma bela nikon nas mãos.

Fotógrafo - "Posso colocar sua foto no fotosalada?"

Repórter - "Ãããã... desculpe, não entendi"

Fotógrafo - "Fotosalada... é um site de fotógrafos para fotógrafos, com nossas fotos fotografando. E tem uma coluna que se chama 'as repórteres que amamos'. Posso por a sua?"

Repórter - "Claro... claro que pode, que legal"

Confesso, achei super fofo o pedido mas ainda não conhecia o site. Cheguei em casa e fui fuçar... amei. Ótima idéia, divertido e grande oportunidade para valorizar a fotografia e os fotógrafos. Também não conhecia o fotógrafo de nome sofisticado, Stephan Solon. Dei meu e-mail a ele e, no dia seguinte, recebi quatro fotos tiradas por ele nessa ocasião. Lindas, todas elas (embora a "modelo amadora" não ajude - saí fazendo careta em quase todas!). Mas, foi visitando o site e o orkut do rapaz que pude conhecer o talento e sensibilidade do competente fotógrafo. Como apaixonada por fotografia que sou (e ex-fotógrafa no início da carreira), virei fã a partir de hoje. As cores são o que mais impressiona no trabalho desse profissional. Na foto o lado quem aperece comigo é o excelente cinegrafista, Fernando Sanches.
Bem, divulgo aqui o site http://www.fotosalada.com.br/ e o blog do fotógrafo Stephan Solon (http://fotologue.jp/stephansolon/).
E deixo aqui meu sincero agradecimento pelo carinho do amigo da imprensa nessas fotos. Muito obrigada.

sábado, 24 de outubro de 2009

§ Confusão 'emocionamental' §


Um calor? Um frio? Que sobe ou desce? Por dentro ou por fora? Sinto uma angustiante sensação de não sei o quê, por alguma razão que não me faz entender... sentir... mas o que é sentir? O sentir vem de fora pra dentro, como o calor que queima a pele ao encostar no fogo? Ou de dentro pra fora, como o frio que surge na boca do estômago diante de algo misterioso? A confusão que mistura razão e emoção nos proporciona momentos de duvidosa sanidade. Instantes que mesclam o "é" e o "pode ser", o "sim" e o "não" ou "talvez?". O difícil é encontrar o bom senso e se encontrar na própria bagunça interior.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A UM PASSO DA MORTE!

Eu sempre soube que Deus é grandioso e que esteve sempre com sua mão sobre mim, me abençoando e protegendo... mas é incrível quando nos surpreendemos e sentimos que ele é ainda maior e mais poderoso do que se pode imaginar.
Neste último dia 26 de agosto ele me protegeu, salvou minha vida, e USOU AS DUAS MÃOS. Com uma empurrou minhas costas, com outra, segurou a lateral de uma carreta carregada de lâminas de vidro que passou apenas um palmo distante de meu corpo, depois que dei um salto ao notar que o veículo estava desgovernado e vinha em minha direção. O acidente foi no km 140 da rodovia Dutra, sentido São Paulo, em Caçapava.
Era uma da tarde quando eu e o cinegrafista José Araújo voltávamos de Tremembé, no interior do estado, onde fizemos reportagem sobre a prisão do médico das estrelas, Roger Abdelmassih, acusado de mais de 50 estupros praticados contra as próprias pacientes.
Cansados, na rua desde as 5h da manhã, não exitamos em parar numa marginal da rodovia para registrar o incêndio em um carro parado no acostamento.
Alguns motoristas que passavam pelo local já tinham parado para tentar ajudar o dono do carro, um senhor de sessenta e poucos anos. As chamas consumiam o carro quando chegamos no local, junto com as primeiras viaturas dos bombeiros. Para não perder as primeiras imagens eu mesma liguei a câmera e a apontei para o carro enquanto o Araújo estacionava nossa viatura. O competente cinegrafista tomou posse do equipemento e correu para perto do veículo tomado pelas altas labaredas. Ele não podia perder o bombeiro se aproximando com a mangueira para combater o fogo. Enquanto descia do carro, eu já com o microfone ligado na mão, narrava a notícia enquanto trancava as quatro portas do carro da Band. O incênfio foi dominado com rapidez mas o veículo já havia sido completamente derretido. Entrevistamos os bombeiros, o dono do carro emocionado e o inspetor Guidini, da Polícia Rodoviária Federal que, junto com o agente Manoel, com muita competência, garantia a segurança no local. A reportagem já estava completa quando o cinegrafista sugeriu que eu fizesse uma passagem (momento da reportagem em que o repórter aparece dando informações diante da câmera). Eu disse que não precisava mas, não se sabe por quê, o Araújo insistiu e me convenceu.
Me posicionei na linha do acostamento e comecei a explicar de onde vinha o motorista quando o carro começou a apresentar problemas mecânicos e elétricos. O cinegrafista partiu de uma placa que indicava a quilometragem da rodovia, passou por mim e me acompanhou até que eu conduzi a câmera para o fundo da rodovia. Quando apontei minha mão para o carro queimado ele me tirou do enquadramento para mostrar o estado em que ficou o veículo. A passagem já estava chegando ao fim quando, sem saber por quê, o agente Manoel, da PRF, num gesto simples com a mão, pediu gentilmente que eu entrasse um pouco mais no acostamento.
Eu já estava no fim da gravação e poderia ter ignorado aquele sinal ou pedido a ele que esperasse uns segundos como, confesso, já fiz outras vezes. No entanto, também não sei o porquê, resolvi atender. Dei meio passo, literalmente meio passo para frente, ainda narrando respondi com sinal de positivo, e segui o texto por mais cinco segundos, caminhando de costas para o fluxo da rodovia, meio passo para dentro da linha do acostamento.
No instante em que pronunciei as últimas palavras do texto ("alastraram com rapidez"), mais uma vez sem saber porquê, voltei meus olhos para a rodovia e vi uma scânia, enorme, desgovernada, vindo em nossa direção. Foi muito rápido. Olhei, vi a carreta entrando no acostamento e atingindo com violência toda a lateral do carro queimado, da traseira para a frente, onde eu estava. O estrondo horroroso ainda ecoa nos meus ouvidos. Cheguei a ver o retrovisor do carro, do lado do motorista, sendo arrancado pela carreta que rasgava a lataria do veículo. Nesse instante dei um salto para frente, num gesto involuntário e instintivo cobri a cabeça com as mãos (como se fosse adiantar para proteger), pensei na minha mãe e esperei a morte. Cheguei a sentir meu corpo ser arremessado. A carreta em alta velocidade passou a um palmo, no máximo, de distância das minhas costas e cabeça. Ao raspar na lateral dianteira, a carreta ainda arrancou a alma de ferro do parachoque do carro e arremessou a peça contra minhas duas pernas e um das pernas do cinegrafista. Os hematomas e arranhões provocados pelo impacto do ferro foram os únicos ferimentos provocados nesse acidente que poderia ter sido uma grande tragédia. O Araújo, que ainda mantinha a câmera ligada, apoiada no ombro direito, estava com a visão coberta, nem chegou a ver o que acontecia. Assustado com tamanho estrondo, também pulou para o lado esquerdo escapando da morte.
A carreta ainda desgovernada, seguiu invadindo ainda mais o acostamento, derrubando parte da carga de vidro na pista e atingindo uma viatura da Record, de uma equipe local de Taubaté. O carro dessa outra emissora foi empurrado para fora do asfalto. Por sorte a equipe não estava lá dentro.
Foram frações de segundo, cheguei a pensar que havia morrido. Ainda abalados seguimos no ofício, tentamos falar com o irresponsável motorista que negou estar em alta velocidade, no entando o tacógrafo, equipamento que registra a velocidade, estava vencido, segundo informou o inspetor Guidini.
Ainda é difícil evitar o pensamento sobre aqueles segundos, o susto e o meio passo que fiquei da morte.
O salto que dei para frente, uma pequena fração de segundo antes do impacto, talvez não teria sido suficiente para me tirar do trageto do caminhão desgovernado se não fosse o anjo que soprou no ouvido do policial rodoviário federal, o agente Manoel, para me tirar da linha da morte. Muitas vezes repórter e cinegrafista combinam voltar a enquadrar o repórter no final do texto da passagem. Se tivéssemos feito isso, o final dessa história seria tragicamente diferente. Eu não teria voltado meus olhos para a rodovia, mas sim teria ficado novamente de costas para o fluxo e não teria tido a chance de ver o veículo desgovernado, em velocidade excessiva, vindo em minha direção... e esta página estaria em branco. Pensar no que poderia ter acontecido é inevitável e doloroso. Mas, graças a Deus, eu e o amigo Araújo temos uma história de sorte, proteção e fé para contar aos amigos e à família.

Obrigada a todos que mandaram energias positivas, mostraram preocupação e torceram para que estivéssemos bem depois daquela imagem forte assistida por tanta gente. MUITO OBRIGADA ESPECIAL A DEUS, AO MEU ANJO DA GUARDA, E AO AGENTE MANOEL DA PRF.

http://maisband.band.com.br/v_33177_caminhao_bate_em_carro_e_quase_atinge_equipe_de_reportagem.htm

domingo, 23 de agosto de 2009

Denuncie: 0800 771 3541

Nunca imaginei que pudesse me ver livre da imposição do cigarro alheio. Sempre me revoltou o fato de ser proibido fumar em ambientes fechados (já era antes da lei 13.541 de 7 de agosto de 2009) e, mesmo assim, fumantes ostentarem livremente cigarros acesos e distribuírem baforadas para todos os lados, em total desrespeito aos pulmões daqueles que optaram pela saudável vida sem o cigarro.
Até queimada por um fumante folgado, que gesticulava exagerado com o bastão de nicotína aceso, eu já fui.
Eu, como não fumante e alérgica ao cigarro, confesso que muitas, muitas, muitas vezes deixei de sair de casa para evitar ser bombardeada por essa fumaça fedorenta. Evitei muitos bares, restaurantes e baladas por não haver ventilação e ter, do início ao final da noite, a fumaça do cigarro agredindo meus olhos, olfato, boca, pulmões e roupas (até as roupas íntimas ficam impregnadas por esse mau cheiro que muitas pessoas engolem por vontade própria). Quantas vezes eu e meu noivo (também não fumante, é claro) recusamos convites de amigos para baladas pelo simples fato de não suportar mais engolir fumaça em casas noturnas fechadas, lotadas de fumantes.

No jornal "São Paulo Acontece", e nos programas "Dia a Dia" e "Boa Tarde", da Band, fiz várias entradas ao vivo informativas sobre as regras e fiscalização da lei antifumo, junto com a dirigente Cristina Megid, da Vigilância Sanitária.

Na última sexta-feira, junto com um casal de amigos, fomos a um bar na zona oeste de São Paulo, Arquearia Willie Willy. Nem me lembrava, nesse momento, da ''Santa Lei Antifumo''. Bastou entrar no estabelecimento para perceber, pela primeira vez, na prática, a importância e os benefícios dessa nova determinação. Um ambiente limpo, sem odor, que permitia aos olhos enxergar do outro lado das mesas sem a poluição e o ardor da fumaça do cigarro. Pude saborear as porções de aperitivo e até os drinks sem sentir o gosto amargo do cigarro na boca. E o que parecia improvável: saí de lá com o mesmo cheiro do perfume que coloquei em meu corpo antes de sair de casa. Ao abraçar meu noivo pude sentir o cheiro delicioso do perfume dele, sem interferência do monóxido de carbono.
Se a lei causa polêmica e comerciantes temem perder clientes por conta da proibição ao cigarro em locais de uso coletivo, públicos ou privados, total ou parcialmente fechados, é bem verdade que esses mesmos estabelecimentos, caso respeitem a determinação, vão ganhar outros tantos clientes não fumantes. E, como trata-se de uma lei, partindo do princípio de que todos devem e terão que respeitar, sob risco de multa, não há porque temer perder o cliente para concorrência, já que lá também é proibido fumar. Basta usar a inteligência e se adaptar, criando 'chiqueirinhos' para o consumo do cigarro fora do estabalecimento. Ah, mas ainda assim, é importante que não haja perto desse 'chiqueirinho' nenhuma porta ou janela aberta de modo a evitar que o investimento seja em vão. Bendita lei antifumo.
Eu sou dedo duro dessa lei: 0800 771 3541 ou pelo http://www.leiantifumo.sp.gov.br//.

Um anjo chamado Isabela

Isabela parece ainda sorrir. O brilho inocente dos olhos reflete vívido a cada piscar de pálpebras quando alguém tenta compreender o inacreditável. Dói o coração a cada soar do nome Isabela. Não é assim que tinha que ser.
A figura de Isabela Nardoni, uma menina doce, de sorriso fácil, gestos carinhosos, criança por si só, inspira alegria, afeto, compaixão. Mas a crueldade a que ela foi submetida ofusca agressivamente a doçura explícita até no nome: Isabela.
Quem, mesmo que por um instante e timidamente, nunca se perguntou como Deus permitiu que essa pequena e inocente criança fosse arrancada assim da família, dos amigos, da sociedade, do seu direito à vida. Por quê teve que ser assim? Teria ela cumprido sua missão na Terra? Mas, se assim fosse, poderia ter sido levada de uma forma menos dolorosa. Por quê tanto sofrimento? Quem teria tamanha raiva por uma criança? Motivo? Será que alguém se atreve a mencionar um motivo para essa barbárie? Não há justificativa, não há respostas aceitáveis aos porquês.
A dor pela morte da menina Nardoni atinge a todos os cidadãos, independente de idade, raça e até índole. É um crime inaceitável até mesmo entre aqueles que perderam a liberdade por cometer crimes. Discutir quem cometeu tal atrocidade e ainda ter que imaginar que aquele que deve proteção tenha sido o autor de tanta maldade são situações que provocam revolta. Uma revolta tamanha que causa a impressão de tornar a dor menor.
Indícios, provas concretas; averiguados, suspeitos, acusados. As investigações prosseguem. As dúvidas parecem diminuir. Os resultados somados à falta de explicações e às contradições do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta Ana Carolina Jatobá, nos conduzem a não duvidar da versão da polícia. Por mais que a ordem natural da vida – pais protegem, filhos são protegidos; pais são enterrados pelos filhos, filhos enterram os pais – nos force a não aceitar, as evidências que apontam para o envolvimento do casal no caso parece ser o único caminho das nossas mentes. Eles, hoje, estão presos, aguardam o julgamento, devem cumprir parte da pena e depois voltam para a rua onde terão uma vida para rir e viver. Já o sorriso da mãe de Isabela, Ana Carolina Oliveira, nunca mais terá a mesma verdade de antes da morte de sua pequena e única bebê. E Isabela?





quarta-feira, 19 de agosto de 2009

País de diferenças!

"Sou pobre, trabalhador, não tenho condição. Ele pagou advogado e foi solto. Se eu possuísse dinheiro ele já tava preso", disse seo João, um pernambucano simples, bastante humilde, pai da jovem grávida queimada viva pelo ex-namorado. É a indignação sobressaindo à dor de quem perdeu a filha e a neta - já perfeitamente formada no ventre da mãe - em um crime cruel, bárbaro e brutal... e ainda impune!

sábado, 8 de agosto de 2009

Vira-lata salva criança de pitbull


Um gesto de carinho e gratidão. A mão pequenina e delicada da criança tenta confortar a cadelinha de estimação da família. Suzy se recupera de uma cirurgia na boca. A operação foi para reparar os graves ferimentos provocados numa briga com uma pitbull.
A Suzi sempre foi uma cachorra brincalhona, agitada. Agora está amuada, triste, não se levanta e nem se alimenta há três dias, desde que ela virou a heroína do bairro. Foi a vira-lata valente quem salvou a pequena Samanta, de apenas 2 anos, da boca de um pitbull. A menina brincava sozinha com um pedaço de pão na mão quando de repente o pitbull do vizinho escapou da casa e ameaçou invadir a residência pela fresta do portão. A cabeça já estava do lado de dentro do portão quando a vira-lata valente, a Suzy, de 9 anos, resolveu interferir.
Suzy só não foi devorada pela pitbull porque os vizinhos interferiram. A família acredita que se Suzi, a cadela heroína, não tivesse entrado na frente da criança, a pitbull teria invadido o quintal e atacado para matar. Não seria a primeira vez.
Quando a menina tinha um ano, a pitbull chegou a ficar com o corpo quase inteiro do lado de dentro do quintal, apenas as pernas traseiras ficaram para fora, presas na grade do portão. Foi a sorte da garotinha que brincava na frente de casa.
A família pediu ajuda ao dono do animal para bancar os remédios e tratamento da vira-lata mas não conseguiu.
Da laje da casa o latido assusta. Lá em cima uma pitbull brinca, abana o rabo, não abre a boca nem para latir. Comportamento raro segundo os vizinhos. A pitbull representa o terror para todos os moradores da rua Açucena, no sítio Bom Jesus, em São Bernardo do Campo. Quem passa por aqui caminha sempre com medo. Mas, se esconder atrás do portão não é mais garantia de segurança já que o último ataque foi dentro do quintal de uma casa. Entre os moradores são muitas as histórias de pessoas que foram mordidas ou tiveram que correr para escapar de tentativas de ataque.
A pitbull escapou da casa ao lado. O avô de Samanta é o dono do imóvel, mas o cão é do inquilino que não recebeu a nossa equipe. Para os moradores, a culpa da agressividade da cachorra é do dono. A pitbull vive presa a uma corrente, sozinha na laje da casa. Muitas vezes falta água e comida. Para buscar alimento, freqüentemente, arrebenta a corrente. Muitas vezes encontra o portão aberto.

sábado, 9 de maio de 2009

Já valeu a pena!


Mais uma pauta, mais um dia de trabalho. A falta de rotina, se torna também uma rotina. Tudo é diferente, todos os dias, e assim, tudo é igual.
9h da noite de quinta-feira. O rádio toca e a chefia informa o horário de trabalho no dia seguinte. Por curiosidade, diferente de todos os dias, pergunto qual é a pauta. Do outro lado, o colega responde: "vagas escolares para crianças especiais".
Confesso ter menosprezado a matéria. Não o assunto. A dificuldade de encontrar escolas especializadas e preparadas para atender crianças com necessidades especiais é uma realidade no nosso país.
Mas, ao ouvir a frase tão suscinta imaginei um reportagem burocrática, cheia de números, com a relação da grande quantidade de crianças deficientes para um restrito leque de vagas. Uma pauta técnica, sem nenhum resultado prático, a não ser, levar ao conhecimento de todos a realidade dura de quem luta para levar uma criança especial ao banco escolar.
No dia seguinte, com a pauta em mãos, vejo que a proposta é mostrar a luta de uma jovem mãe, Tatiane da Costa Correia, para manter o direito da filha de frequentar a escola. O endereço fica no Morumbi, bairro nobre da zona sul da cidade. Mas a casa, um canto de dois cômodos, emprestado pela mãe de Tatiane, fica numa comunidade carente.
No primeiro contato com a menina, um sorriso enorme se abre e a euforia nas mãos nos dá as boas vindas. Um sorriso que esconde uma vida difícil, de luta e sofrimento.Anne Ketlin Correia, de sete anos, nasceu com paralisia cerebral. Não anda, não fala e se alimenta por sonda. Ela era alimentada pela mãe quando nossa equipe chegou.
Na casa simples, típica de periferia, tudo é improvisado. A cadeirinha do banho, que deveria ser especialmente adaptada, uma cadeira plástica, frágil, de criança, ganhou calsos feitos com lata cheia de cimento. O berço tem cabos de vassoura na base para sustentar o estrado. A mãe não pode trabalhar já que a filha depende dela em tempo integral. As despesas da casa, remédios e curativos da sonda são pagos com um salário mínimo, 465 reais, benefício do INSS.
Mas, apesar de todas as dificuldades, a família é feliz. Tatiane tem ainda um filho mais novo, Gabriel, de 3 anos. O que mais dói no coração de Tatiane é não poder garantir à Anne um dos direitos básicos da criança: o direito de ir à escola.
A menina frequentou uma escola infantil dos 5 aos 6 anos. A creche era preparada para crianças especiais como ela. Mas, ao completar 7 anos, teve que buscar outra escola, de ensino fundamental.
Só que em toda a região a mãe não encontrou nenhuma escola preparada para receber uma aluna com paralisia. E como ela mesma disse, " de anda adianda deixar a filha numa escola para ficar sozinha, sem apoio, olhando para o teto". A mãe peregrinou em várias escolas de são paulo, procurou autoridades municipais. E nada. A mãe era mandada de porta em porta e sempre ouvia duas respostas: "não temos vaga" ou "não temos estrutura para crianças assim".
Com o coração apertado, partimos da casa da crinça direto para a secretaria estadual de educação. Em contato com a acessoria de imprensa, fomos encaminhados para a Diretoria Regional de Ensino Centro Oeste. Para minha surpresa, o problema foi imediatamente resolvido. Anne foi matriculada pela dirigente regional de ensino, Walkyria Cattani, no colégio "Pequeno Cotolengo", em Cotia, na grande São Paulo. Uma instituição sem fins lucrativos, conveniada com a secretaria estadual de educação, especializada no ensino a crianças especiais. A distância da casa à escola também não será problema. O transporte, ida e volta, também foi garantido à menina.
Mais do que construir uma reportagem, conquistar por meio do nosso ofícil resultados que significam vitória à luta de uma família, é ver cumprida a missão de ser jornalista. Valeu a pena.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mulher leva 6 tiros do ex e sobrevive


Drogas e traição. A mistura levou Ângela Martins de Oliveira, de 27 anos, a ser brutalmente atacada a tiros dentro da própria casa, na Freguesia do Ó, na zona norte da cidade. O autor do crime é o ex-marido, Pedro Borges, também de 27 anos.
A cadeia foi o berço da relação conturbada. Os dois já se conheciam do bairro onde moravam, mas foi na penitenciária, onde Pedro cumpria pena por roubo, que o namoro começou. Em poucos meses, numa visita íntima, Ângela engravidou. A primeira filha nasceu, e o Pai foi solto. O casal viveu bem até que Pedro foi preso novamente, acusado de assalto a mão armada. Em maio de 2007, com autorização da justiça, Pedro foi passar o dia das mães em casa. E não voltou mais, virando foragido da justiça.
O casal se separou há menos de cinco meses, depois que Ângela, grávida do segundo filho, foi ter o bebê na casa da mãe. Quando voltou para casa, descobriu a traição do marido. Já insatisfeita com a relação porque o marido usava drogas, decidiu se separar.
O ex-marido, inconformado, depois de várias ameaças, invadiu a casa da ex-mulher, durante a madrugada, e atirou 8 vezes. Seis tiros, da pistola ponto 40, atingiram Ângela no pescoço, ombro e barriga. O crime foi na frente do filho pequeno, de apenas cinco meses. A vítima se fingiu de morta, caída no chão, e o ex-marido fugiu. Ângela conseguiu forças para caminhar até a porta, e gritar por socorro. Levada ao hospital, ela resistiu mas continua na UTI em estado gravíssimo.
Não bastasse a dor de ver a irmã em risco de morte, a irmã mais nova agora vem recebendo ameaças do ex-cunhado. Por telefone, ele diz que a cunhada será a próxima. Pedro Borges, que já era foragido, agora foi indiciado por tentatíva de homicídio. Mas a polícia ainda não tem pistas do criminoso.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Jovem leva 20 facadas do ex-marido

A mãe tenta se manter forte, mas bastam poucas perguntas e as lágrimas inundam os olhos. O pilar de uma família de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, se mostra frágil diante da violência. "Agente sempre vê na televisão mas nunca imagina que pode acontecer com agente", desabafa Malvina Nicastro.
A filha dela, Tatiane Cristiane Nicastro dos Santos, de 26 anos, foi brutalmente atacada com golpes de faca. O acusado é alguém de quem não se esperava tal atitude: Urias Rosa Santos, de 22 anos, o ex-marido e pai de um dos filhos dela.
O casal estava separado há mais de cinco meses. Apesar do tempo, o ex-marido não se conformava por ter sido recusado por Tatiane. Na tarde do último domingo, depois de inúmeras ameaças, Urias procurou a ex-mulher e mais uma vez foi negado. Depois de uma breve discução, o ex-marido, com uma das mãos, empunhou três facas caseiras, pequenas, de serra, e passou a desferir golpes contra a mãe do filho dele. Tatiane ficou caída no chão, ensanguentada.
Depois de dar cerca de 2o facadas na ex-mulher, Urias Rosa Santos deixou o local. Como se nada tivesse acontecido, passou pelos amigos na calçada e fugiu.
A vizinhança e a família, toda do lado de fora da casa, só se deu conta do crime quando Tatiana, mesmo esfaqueada, conseguiu forças para se levantar, caminhar até o quintal e gritar por socorro.
Tatiane foi socorrida pela família e levada para o pronto socorro central mas, o estado delicado, exigiu a transferência para o Hospital de São Bernardo. Apesar da gravidade dos ferimentos nos dois braços e garganta, Tatiane está fora de risco mas permanece internada em recuperação.
A relação entre vítima e agressor começou há menos de três anos. Tatiane já tinha um filho de apenas três meses, fruto de uma namoro anterior. Um ano e meio depois a jovem engravidou. Com dois filhos pequenos a mãe se cansou da diferença feita pelo marido na relação com as crianças. "Ela se separou porque não aguentava ver ele tratar bem o mais novo e fazer diferença com o mais velho. Ele chegou a dizer que não gostava e não conseguia gostar do menino (o mais velho, de apenas 3 anos) que não era dele", conta a avó com lágrimas nos olhos.
A tragédia foi anunciada. Desde a separação o ex-marido fazia amaeças, que foram intensificadas nas últimas semanas. "Ele falava que se ela não ficasse com ele não ficaria com ninguém, e dizia que iria matá-la", relata Robson dos Santos, cunhado da vítima e amigo do acusado. Ninguém acreditou mas, ele cumpriu a promessa, voltou para acabar com a ex-mulher. Mas não conseguiu levar o plano até o fim. Tatiane sobreviveu aos golpes e conseguiu relatar aos médicos, familiares e policiais quem foi o autor das facadas. Urias Rosa Santos está foragido. Na delegacia, o caso foi registrado como tentativa de homicídio e a polícia civil pediu a prisão preventiva do ex-marido.

Arriscar é preciso!


Todos os dias tomamos decisões.

Umas difíceis, outras nem tanto.

A maioria bem simples, sem consequências importantes.

Mas algumas delas vêm com um peso tão grande que temos medo de encará-las.

É nessas decisões que devemos sentir as vibrações das nossas energias.

Nem só de coração se escolhe uma direção.

É na harmonia dos sentimentos e sensações que ganhamos a segurança dos nossos atos.

As oportunidades vêm e podem ser boas por um instante ou para a vida inteira.

Uma oportunidade às vezes surge para testar o nosso poder de sentir, de reconhecer, de antever.

Mas a oportunidade, aquela que bate para te levar pela mão, toca no fundo o coração e a razão... mas só daquele que se permite invadir.

(escrito em 07/04/09)

sábado, 2 de maio de 2009

Escolhas...


Olhar para trás não pode ser doloroso. Se o coração traz sensações, sentimentos que abastecem nossa alma, o sentir precisa ter suavidade em todas as direções.
Olhar para o futuro é incerteza. Não há como saber o que vem depois, por mais que se planeje. Mas o passado, longe ou perto, é certo e não pode ser mudado. E se o futuro chega conduzido por nossas escolhas, o passado é reflexo dos nossos atos.
O que passou ficou marcado conforme o seu toque, as suas escolhas. Para evitar que o olhar para trás seja doloroso, o importante é decidir com segurança, escolher com inteligência, refletir sobre as possibilidades e saber que o caminho pode se abrir em direções distintas daquelas que se almeja no ato da decisão. Somos o resultado de nossas escolhas. Se essas escolhas foram feitas com a harmonia entre razão e coração não há do que se arrepender.
Não é a toa que se diz que o arrependimento deve cair sobre o que não se fez. Ruim não é arriscar e dar errado, ruim é ter medo de arriscar e nunca saber a paisagem que margeia o caminho daquela oportunidade para a qual você deu as costas.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Esse amor incondicional...



O coração não queria, fingia não perceber que faltava equilíbrio em meio ao sentimento que nos unia. Sensações se misturavam. Ao mesmo tempo em que a felicidade e a paixão causavam em mim um suspirar suave, a inquietude da insegurança florescia e me machucava por dentro. De um lado um amor que já nasceu incondicional e predestinado a ser eterno. Do outro um sentimento de querer bem, talvez uma paixão confusa, ou até uma semente de amor que não conseguia romper a barreira chamada medo. Esse medo, sentimento abstrato, era tanto que se tornava perceptível aos olhos, ouvidos e ao paladar, com um gosto amargo.
E com essa confusão e desequilíbrio de sentimentos o fim que parecia impossível chegou. O destino parecia ir contra e beleza desse sentimento. Mudanças nos levaram para longe, os objetivos eram diferentes, as vontades e o próprio sentimento talvez também fossem. Aceitei, mas não entendi. Chorei uma dor tão forte como nunca imaginei sentir. Mágoas se alojaram em meu peito. Mas o amor era tão profundo, tão mais forte que não se deixava ofuscar pelas feridas causadas pela perda, pelo término de um sonho, pela tristeza da solidão. Eu bem que tentava. Queria arrancar de mim aquele amor que havia me feito sorrir muito, mas que naquele momento, apenas me feria e me apagava aos poucos.
Tentei esquecer, tentei disfarçar, cheguei até a pensar que o coração havia superado todo o sofrimento e que o sentimento puro e verdadeiro havia se dispersado.

A ação do tempo me trazia força. Tentei trocar a doçura do amor pela aspereza da raiva.

Calei meus ouvidos à voz do coração. Apenas a razão era ouvida. Consegui enfim adormecer no meu peito aquele sentimento que até então estava presente em cada partícula do ar que eu respirava. Acreditei até que ele tivesse ido embora, quase todo.

Foi quando o destino se mostrou imprevisível e me levou para perto daquele que era o dono de toda aquela história. Uma doce esperança tomou conta do meu coração naquele instante. Um reencontro me fez sorrir novamente. Um telefonema, um convite. Tentei... mas não pude recusar.

Diante mais uma vez de você, não me permiti iludir. Não queria mais aquele amor, mas queria você. O medo tentou impedir, mas perdeu a batalha no breve momento em que você pegou em minha mão e me pediu um beijo. Tentei inutilmente resistir. Meu coração, que se mostrava inquieto e aflito, se fez sereno, seguro de que sabia o lugar dele. Você, com delicadeza, leu nos batimentos do meu coração a confiança de que aquele amor ainda era seu. E, me trazendo pra junto do peito, me pediu para voltar. Foi um instante, segundos, o suficiente para reviver toda a história, as alegrias e os momentos de dor que chorei sozinha. Avaliei a intensidade do meu sentimento e percebi que o amor não havia morrido. Estava muito ofuscado pelo tempo, pela distância, pela ausência e pelas mágoas, principalmente por elas. Mas, estava vivo. Já não parecia tão incondicional, é verdade.
Mas o amor, verdadeiro, logo se demonstrou. O medo persistiu, mas perdeu a batalha. Meu coração, na verdade, nunca deixou de querer você.
Hoje, acredito até que foram eles, os anjos, quem nos separaram já que, sábios operários de Deus, entenderam que aquele momento em que nos conhecemos não era a hora de nosso encontro. Tínhamos que aprender e evoluir espiritualmente para nos completar. E acima de tudo, tínhamos que nos separar para entender que nossas almas não podem ficar distantes.
Tudo isso só me traz a certeza de que nossas vidas se reencontraram para formar apenas uma. De que o nosso amor agora sem confusão, sem medos, segue na mesma intensidade, com uma harmonia que me faz acreditar que nascemos um para o outro.
Juntos, sei que vamos permanecer oferecendo a mais plena felicidade um ao outro, por mais difícil que possa parecer o caminho diante de nós.

Te amo, meu amor.